A atividade econômica brasileira apresentou retração de 0,2% em setembro de 2025, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) por meio do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Esse resultado, ajustado para variações sazonais, indica uma moderação mais acentuada do ritmo de crescimento da economia no terceiro trimestre, período em que a atividade recuou 0,9% na comparação com o trimestre anterior. A retração foi mais intensa do que a esperada pelo mercado financeiro, que previa uma queda de 0,1% a 0,5% para o mês.
No balanço anual, entretanto, o índice mantém crescimento expressivo, com alta de 4,9% na comparação entre setembro de 2025 e setembro de 2024, e elevação acumulada de 14,2% no ano. Em doze meses, o avanço é de 13,5%, o que demonstra que apesar da desaceleração recente, a economia ainda apresenta algum dinamismo de longo prazo.
A queda da atividade em setembro foi puxada principalmente pelo desempenho dos setores industriais, que registraram retração de 0,7%, com os serviços também apresentando ligeiro recuo. A agropecuária, por sua vez, enfrentou queda ainda mais acentuada, resultado de fatores conjunturais adversos.
Este cenário de arrefecimento da atividade econômica está alinhado com as políticas monetárias adotadas pelo BC para conter a inflação, que permanece acima da meta oficial de 3%, ainda que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha mostrado desaceleração para 0,09% em outubro, sua menor taxa para o mês desde 1998. As taxas de juros básicas da economia (Selic) permanecem elevadas, em 15% ao ano, o que restringe o crédito e afeta os investimentos, confirmando projeções de desaceleração no crescimento econômico para o ano.
No segundo trimestre, o PIB cresceu 0,4%, mas isso representou desaceleração em relação ao trimestre anterior e refletiu o impacto da política monetária restritiva, do aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos e da redução dos investimentos domésticos. A projeção oficial do Ministério da Fazenda para 2025 indica crescimento do PIB em torno de 2,2%, uma desaceleração significativa em relação ao avanço de 3,4% registrado em 2024, que foi o quarto ano consecutivo de expansão econômica.
Em suma, o panorama atual lembra que a economia brasileira está em processo de redução de ritmo, com indicadores mensais e trimestrais que apontam para uma desaceleração contínua, influenciada por um ambiente externo incerto e políticas internas restritivas voltadas para o controle inflacionário. O desafio para os próximos meses será manter o equilíbrio entre conter a inflação e estimular o crescimento econômico.
(*) Com informações das fontes: Banco Central, IBGE, Ministério da Fazenda, agenciabrasil.ebc.com.br, g1.globo.com, infomoney.com.br, poder360.com.br, sbtnews.sbt.com.br, cnnbrasil.com.br, veja.abril.com.br.