A Prefeitura de São Paulo manifestou-se oficialmente após a divulgação do relatório do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania que critica o programa Smart Sampa. Em nota, a municipalidade classificou a metodologia utilizada como inadequada, afirmando que as conclusões do estudo são equivocadas.
Segundo a Prefeitura, comparar a capital com cidades do interior do estado ignora disparidades sociais, econômicas e criminais entre essas regiões. Além disso a capital concentra mais de 25% da população estadual e possui Produto Interno Bruto equivalente ao de países, o que torna a comparação estatística pouco representativa.
A administração municipal destacou que os números oficiais disponíveis no portal do Smart Sampa demonstram resultados concretos. Foram citadas a prisão de cerca de três mil pessoas em flagrante, a captura de aproximadamente 1.550 foragidos e a localização de cerca de 80 pessoas desaparecidas — resultados que, segundo a Prefeitura, comprovam a eficácia do sistema de monitoramento facial em rua.
A Prefeitura ainda afirmou que todos os alertas gerados pelo sistema são previamente validados por agentes humanos, o que reduz risco de identificação incorreta. Ressalta-se também que não há registros formais de prisões indevidas em decorrência da operação do sistema.
A nota reforça que este programa consiste no maior sistema de vigilância da América Latina, com mais de 31 mil câmeras integradas entre órgãos públicos e privados. Esse número é apresentado como base para defender que os resultados revelados pelo estudo podem ser fruto de falhas na abordagem metodológica, e não da ineficiência do programa.
Comparativo entre a visão da Prefeitura e os achados do estudo
Ponto analisado |
Estudo do CESeC |
Posicionamento da Prefeitura |
Indicadores avaliados |
Furtos, roubos, homicídios, prisões em flagrante e por mandado |
Efetividade mensurada por prisões e localizações realizadas |
Metodologia |
Diferença em Diferenças e event-study |
Crítica à comparação entre capital e interior, vista como inadequada |
Conclusão principal |
Programa caro e sem impacto mensurável nos índices |
Defesa da eficácia baseada em dados operacionais |
Controle de falhas |
Reconhecimento de vieses e erros de identificação |
Alerta validado por agentes e sem registros incorretos |
Conclusão
A posição da Prefeitura de São Paulo não está alinhada às conclusões apresentadas pelo estudo do CESeC. Enquanto o CESeC aponta ausência de impactos estatísticos nos crimes e produtividade policial, a Prefeitura apresenta dados operacionais como provas de eficácia do programa.
Ambas as perspectivas são válidas dentro de seus contextos, mas claramente divergentes: o estudo utiliza ferramentas estatísticas robustas para medir impactos comparativos, enquanto a gestão municipal destaca resultados tangíveis e imediatos, como prisões e localizações. Essa dualidade evidencia um debate técnico e político sobre a validade do programa de reconhecimento facial no contexto urbano.
Na matéria apresentada pela Abr ( agência Brasil do governo federtal) ela anota erradamente CESeC como CESEC, sendo que o primeira teve seu incício no Rio de Janeiro, o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), fundado em 2000 na Universidade Candido Mendes e a segunda, os CESECs são unidades da Secretaria de Estado de Educação.
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* Com informações das fontes:
Agência Brasil (cobertura do estudo do CESeC)
Site da Prefeitura de São Paulo (relatório de transparência do Smart Sampa)
Turno 0 da pesquisa web sobre Smart Sampa e estudo do CESeC