"> Maria Corina Machado: A Voz que mexe com a democracia e ganha o Nobel da Paz 2025

 

Internacional - 10/10/2025 - 07:04:19

 

Maria Corina Machado: A Voz que mexe com a democracia e ganha o Nobel da Paz 2025

 

Da Redação .

Foto(s): Reprodução Redes Sociais

 

A venezuelana Maria Corina Machado é premiada com o Nobel da Paz 2025 por sua luta pela democracia em meio a uma Venezuela em crise, gerando reações intensas do governo dos EUA e do Brasil em um cenário político global tenso e polarizado.

A venezuelana Maria Corina Machado é premiada com o Nobel da Paz 2025 por sua luta pela democracia em meio a uma Venezuela em crise, gerando reações intensas do governo dos EUA e do Brasil em um cenário político global tenso e polarizado.

A venezuelana Maria Corina Machado foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz 2025, em reconhecimento ao seu trabalho incansável pela promoção dos direitos democráticos e pela busca de uma transição justa e pacífica de um regime ditatorial, liderado por Nicolás Maduro, para a democracia em seu país. Machado é vista como um símbolo de resistência civil notável na América Latina e representa o esforço de unificação das forças de oposição venezuelanas que exigem eleições livres e governança representativa em um cenário marcado pela repressão política, crise humanitária e econômica profunda. Desde a eleição contestada de 2024, na qual Maduro permaneceu no poder, Machado vive escondida por temer perseguições. Nascida em Caracas em 1967, ela tem formação em engenharia industrial e finanças, com atuação prévia no setor privado, o que moldou sua defesa de princípios liberais e de economia de mercado.

O Comitê Norueguês do Nobel destacou que a democracia está sob ameaça, tanto na Venezuela quanto globalmente, e que a luta de Machado pelo direito ao voto livre e ao governo representativo é central para a paz interna e internacional. A Venezuela, antes um país relativamente democrático e próspero, transformou-se em uma nação autoritária que enfrenta uma grave crise humanitária, com uma parte significativa da população vivendo em pobreza extrema e cerca de 8 milhões tendo deixado o país.

A repercussão internacional do prêmio foi marcada por reações divergentes, refletindo as tensões políticas globais. O governo dos Estados Unidos, que indicou Maria Corina Machado para o prêmio por meio de parlamentares que a consideram um farol de esperança e resiliência, manifestou descontentamento com a escolha. A Casa Branca afirmou que o presidente Donald Trump, que fez campanha agressiva para receber o prêmio e promoveu acordos de cessar-fogo internacionais, teria sido um candidato digno, e criticou o Comitê Nobel por favorecer políticas em vez da paz genuína, com um porta-voz declarando que Trump continuará "fazendo acordos de paz, encerrando guerras e salvando vidas". Trump havia exaltado seu próprio papel na promoção da paz, reivindicando o término de várias guerras desde seu retorno à presidência.

Por outro lado, o governo brasileiro, sob a presidência de Lula, adotou uma postura mais cautelosa, evitando críticas diretas à decisão do Nobel, mas reafirmando a importância do diálogo político e da busca por soluções pacíficas para crises internacionais. Lula ressaltou o direito dos povos à autodeterminação e à democracia, sem endossar explicitamente o prêmio ou a figura de Machado, buscando equilibrar a relação com os Estados Unidos e sua política externa independente na América Latina.

A premiação destaca a complexidade da política internacional contemporânea, onde a luta pela democracia mescla-se a interesses geopolíticos e disputas ideológicas. Maria Corina Machado, mediante coragem e comprometimento, tornou-se um ícone de resistência, inspirando milhões, especialmente em um momento em que a democracia enfrenta retrocessos e desafios em diversas regiões do mundo.

QUEM É A GANHADORA DO NOBER DA PAZ 2025

Maria Corina Machado é associada à direita política, com uma ideologia classificada como ultraliberal. Defensora do Estado mínimo e da predominância da propriedade privada, Machado advoga a privatização de empresas públicas da Venezuela, incluindo a estatal petrolífera PDVSA. Durante sua trajetória, manifestou posições conservadoras em temas sociais, alinhando-se a setores da extrema direita, como o partido Vox na Espanha e figuras ligadas ao bolsonarismo no Brasil. Ela também defende e apoia sanções dos Estados Unidos contra o regime chavista e chegou a solicitar intervenção militar estrangeira para derrubar o governo de Nicolás Maduro, o que reforça seu perfil à direita do espectro político.

Além disso, sua atuação política tem sido marcada por forte oposição ao chavismo e às políticas socialistas do governo venezuelano, buscando reformas econômicas liberais e uma transição política para um governo democrata-liberal. Maria Corina Machado fundou o partido Vente Venezuela, que é alinhado a essas ideias ultraliberais.

Portanto, Maria Corina Machado é identificada como uma líder política de direita, com políticas econômicas liberais e postura conservadora em temas sociais

(*) Com informações das fontes: Nobel Prize Official, CNN, Reuters, BBC, White House Statement, ANSA, Times of India, Sky News, Euronews.

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