"> Trump sanciona Gustavo Petro e acirra tensão com Mercosul

 

Internacional - 24/10/2025 - 16:12:50

 

Trump sanciona Gustavo Petro e acirra tensão com Mercosul

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / Ricardo Stuckert / PR

 

Washington impõe medidas severas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, reacendendo tensões históricas sobre o combate às drogas e provocando reações divergentes entre os países do Mercosul.

Washington impõe medidas severas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, reacendendo tensões históricas sobre o combate às drogas e provocando reações divergentes entre os países do Mercosul.

O governo dos Estados Unidos anunciou novas sanções contra o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusando-o de conivência com o narcotráfico e de permitir o avanço de organizações criminosas no país. As medidas, decretadas pelo Departamento do Tesouro, bloqueiam bens, restringem transações financeiras e atingem também familiares e integrantes próximos ao governo colombiano.

A ação foi justificada pelo presidente Donald Trump como parte de sua política de “tolerância zero” às drogas. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, a produção de cocaína sob a gestão de Petro atingiu níveis históricos e representa uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Washington afirmou que continuará pressionando a Colômbia “enquanto o governo de Petro não adotar medidas concretas de cooperação no combate ao tráfico”.

Em pronunciamento público em Bogotá, Petro classificou as sanções como uma ofensiva política com o objetivo de desestabilizar governos progressistas na região. Ele afirmou que o combate ao narcotráfico é uma prioridade de seu mandato e que as acusações americanas “não se apoiam em fatos, mas em disputas ideológicas”. O presidente colombiano anunciou ainda a revisão de acordos bilaterais com os Estados Unidos, medida que acirrou o clima diplomático.

As tensões entre Bogotá e Washington se agravaram após uma série de desentendimentos envolvendo operações militares americanas no Caribe e críticas feitas por Petro ao que chamou de “ações unilaterais e ilegais” dos Estados Unidos na luta antidrogas. A nova rodada de sanções marca uma ruptura simbólica com duas décadas de cooperação entre os países, firmada no início dos anos 2000 pelo Plano Colômbia.

O impasse atual contrasta com a aproximação registrada em 2023, quando Petro foi recebido na Casa Branca por Joe Biden. Na época, o encontro representou um avanço diplomático. Discutiram-se temas como transição energética, preservação da Amazônia e alternativas à estratégia militar de combate às drogas. A mudança de governo nos Estados Unidos, porém, colocou fim a essa fase de diálogo e reaproximou Washington de uma postura mais conservadora e coercitiva.

Entre os países do Mercosul, a decisão americana provocou reações divididas. O governo brasileiro pediu moderação e destacou a importância do respeito à soberania nacional da Colômbia. O Uruguai defendeu uma abordagem diplomática multilateral, enquanto a Argentina apoiou as medidas de Washington, argumentando que “a cooperação internacional não pode conviver com cumplicidade com o crime”. No Paraguai, lideranças políticas manifestaram preocupação com os impactos comerciais das sanções na cadeia regional.

Especialistas em política internacional avaliam que a decisão dos Estados Unidos representa uma tentativa de reafirmar sua influência na América Latina em um momento de crescente polarização. Analistas próximos de Washington defendem que as sanções são uma resposta necessária ao aumento da produção de cocaína. Por outro lado, diplomatas na América do Sul classificam a medida como um gesto intervencionista e politicamente motivado, capaz de enfraquecer o diálogo continental sobre segurança e desenvolvimento.

O episódio abre uma nova fase de incerteza nas relações entre a América Latina e os Estados Unidos. Em meio a crises econômicas e disputas ideológicas regionais, a decisão contra Gustavo Petro coloca em xeque o equilíbrio diplomático nas Américas e reacende velhas feridas sobre o papel de Washington no continente.

(*) Com informações das fontes: G1, CNN Brasil, DW, Agência Brasil, O Povo e Brasil em Folhas.

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