Para escapar da Ficha Suja e não perder os direitos políticos para se candidatar, eventualmente, em 2020, o petista Luiz Marinho, que ficou em quarto lugar nas últimas eleições para governador, por São Paulo, teve o apoio indiretos (ou direto?) da quatro vereadores aliados do deputado Federal Alex Manente, Cidadania (ex-PPS e antigo PCB).
Dos aliados de Manente, dois deles fazem parte de seu partido, Dr. Manuel e o presidente municipal do Cidadania, o vereador Julinho Fuzari. Mauro Miaguti, DEM, e Rafael Demarchi, PRB, estiveram ao lado da coligação de Alex Manente em 2016, quando concorreu para prefeito de São Bernardo e foi novamente derrotado, pela terceira vez, desta feita pelo atual prefeito Orlando Morando, PSDB.
Com a ajuda destes vereadores, pois no momento em que se abstiveram de votar (nem a favor e nem contra), na realidade, ao praticarem a atitude de ficar "em cima do muro" seria como votassem pela aprovação das contas de 2015 e 2016 do petista Luiz Marinho.
Para que as contas fossem rejeitadas, a votação precisaria de 19 votos favoráveis, representando maioria absoluta, ou seja, 2/3 dos vereadores.
Foram 18 votos a favor da rejeição das contas e, pela diferença de um voto apenas, a minoria na Câmara possibilitou com que Luiz Marinho, PT, se livrasse de tornar-se inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.
As contas de 2015 e 2016 do petista Marinho chegaram para avaliação na Câmara Municipal com apontamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), que mesmo diante de um parecer favorável, destacou falta de equilíbrio orçamentário e financeiro, além de problema com o número de cargos comissionados do quadro. Situações estas que fizeram o déficit municipal ser elevado durante a gestão do ex-prefeito do PT.
Os pontos principais apontados na contabilidade da gestão de Luiz Marinho em 2015 e 2016 foram na condução das obras do Centro Seco – Tribunal de Contas da União afirma que mais de R$ 100 milhões foram superfaturados, como já publicamos em edição anterior do @HORA – e no projeto para a construção do Museu do Trabalho (Museu do Lula), alvo da Operação Hefesta, da Polícia Federal e Ministério Público Federal, em 13 de dezembro de 2016, com argumentos de que R$ 7,9 milhões foram desviados. Secretários da gestão de Luiz Marinho foram presos e o ex-prefeito se tornou réu.
Pery Cartola, líder do governo, comentou o resultado da votação que livrou Marinho, destacando estranheza com abstenção de parlamentares, que justamente se colocavam no passado “grande oposição ao PT”. “O Parlamento é soberano e o que ocorreu hoje é a vontade de cada um, o que é democrático e precisa ser respeitado. Eu fui oposição ao governo do PT e não tinha como votar favorável ou me abster em uma situação desta. Agora, quem era oposição e deixou causa curiosidade”, destacou Pery.
Julinho Fuzari, Cidadania (ex-PPS e antigo PCB - Partido Comunista Brasileiro), disse em vídeo gravado que ele democrata e republicano, mas na realidade ele está filiado a um partido socialista e marxista, como está descrito no estatuto de seu partido. Ainda de acordo com Fuzari, no vídeo, ele afirma que foi seu gabinete que denunciou O famigerado caso do Museu, mas na realidade foi o munícipe Marcelo Sarti que fez a primeira denúncia que culminou em prisão de secretários de Marinho e sua condição de réu no caso.
"Votar a favor das contas do prefeito o qual eu denunciei, jamais farei isto, pois acredito que houve crime no governo do PT...", disse Julinho Fuzari, presidente municipal do Cidadania e antigo aliado de Alex Manente entretanto, se absteve de votar indo contra sua própria palavra e facilitando a liberação do petista Luiz Marinho.
Em vídeo gravado pelo ex-prefeito Marinho, PT, logo após a votação e a abstenção daqueles que jogaram a favor de sua liberação ao deixarem de votar, ele agradece enfaticamente ao vereador Julinho Fuzari, do Cidadania.
Só para lembrar, existe uma sintonia antiga entre Alex manente e Luiz Marinho, desde 2008, quando o apoiou junto com Lula para vencer a prefeitura de São Bernardo e instalar vários esquemas de corrupção que estão sendo investigados ou fase de julgamento nas esferas judiciais federal e estadual.