O Poder Judiciário brasileiro passou por um intenso escrutínio social entre 2024 e 2025, período durante o qual sua avaliação pública se polarizou bastante, especialmente em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pesquisas de opinião conduzidas por instituições renomadas mostram que a confiança na Justiça está diretamente vinculada às tensões político-sociais, bem como à percepção operacional das instâncias inferiores.
No STF, a reprovação atingiu pico de 47% em setembro de 2024, motivada por decisões controversas e episódios de instabilidade como a suspensão da rede social X. Apesar das tentativas de aproximação e estabilização, o tribunal manteve em 2025 índices elevados de reprovação, ainda que com leve recuperação na aprovação, passando de 27% para 29%. A polarização partidária foi determinante para a variação dessas avaliações, dividindo a população em bases favoráveis e opositoras.
A Justiça Eleitoral teve seu desempenho condicionado pelo calendário eleitoral. Em 2024, sua aprovação atingiu 38%, acompanhando uma reprovação de 37%, refletindo reações mistas à atuação rigorosa no combate à desinformação durante as eleições municipais. Já em 2025, com a normalização do ambiente eleitoral, esses índices se igualaram em 35%, com aumento discreto nas opiniões regulares, sugerindo menor polarização.
Nos tribunais estaduais de primeira instância, as avaliações foram relativamente constantes entre 2024 e 2025. A aprovação oscilou entre 32% e 33%, a reprovação manteve-se em 28% e as opiniões regulares permaneceram altas (39% a 40%), com críticas focadas principalmente na morosidade dos processos e qualidade do atendimento, mais do que em questões ideológicas.
| Instância Judicial |
Ano |
Aprovação (%) |
Regular (%) |
Reprovação (%) |
Tendência e Comentários |
| Supremo Tribunal Federal (STF) |
2024 |
27 |
31 |
42 |
Alta polarização; impacto de decisões nas redes sociais |
| Supremo Tribunal Federal (STF) |
2025 |
29 |
33 |
38 |
Leve recuperação; rejeição estabilizada |
| Justiça Eleitoral (TSE) |
2024 |
38 |
25 |
37 |
Pico durante eleições municipais |
| Justiça Eleitoral (TSE) |
2025 |
35 |
30 |
35 |
Queda do interesse público pós-eleições |
| Justiça Estadual (1ª Instância) |
2024 |
32 |
40 |
28 |
Críticas à morosidade e atendimento |
| Justiça Estadual (1ª Instância) |
2025 |
33 |
39 |
28 |
Estabilidade na percepção |
Evolução Mensal da Reprovação ao STF (2024-2025)
A reprovação ao STF apresentou oscilações mensais expressivas, com picos chegando a 47% no auge da tensão política em setembro de 2024. Em 2025, esses índices se estabilizaram em torno de 37%-39%, demonstrando acomodação da opinião pública, porém mantendo patamar elevado de desconfiança.
| Mês |
2024 (%) |
Mês |
2025 (%) |
| Jan |
40 |
Jan |
40 |
| Fev |
39 |
Fev |
39 |
| Mar |
41 |
Mar |
38 |
| Abr |
40 |
Abr |
38 |
| Mai |
42 |
Mai |
37 |
| Jun |
41 |
Jun |
38 |
| Jul |
43 |
Jul |
37 |
| Ago |
46 |
Ago |
38 |
| Set |
47 |
Set |
39 |
| Out |
45 |
Out |
38 |
| Nov |
43 |
Nov |
37 |
| Dez |
42 |
Dez |
37 |
A confiança no Judiciário brasileiro é fortemente influenciada pela polarização política e pelas dificuldades estruturais da Justiça. O Conselho Nacional de Justiça tem promovido esforços para digitalização, aumento da produtividade e maior transparência, mas a percepção social exige tempo e resultados consistentes para mudar.
(*) Com informações das fontes: Datafolha, Pulso Brasil-Ipespe, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Atlas/Bloomberg, Quaest e Anuário da Justiça (Consultor Jurídico).